terça-feira, 25 de setembro de 2018

paisagem

Paisagem

O vale recortado de sons inebriantes
confunde os sentidos
desfigura o rosto melancólico
na encosta basáltica.

E o bailinho verde
tão da cor do meu sangue
fervilha nas veias em alto mar.

Num rosto geométrico
o desfiladeiro uniforme
recalca o desejo
de semear novas palavras
num campo cultivado de trigo.

A terra lavada
sobre os socalcos traça
a limpidez do orvalho
na ilha descoberta.

Uma folhagem caduca
sibila o eco enternecido
ao raiar do dia
e eu deixo-me levar pela contemplação da natureza 
no corpo que se faz terra
cuja vegetação exuberante respira pelos meus poros
personificando o desejo
de ser alma na terra salgada.

Sem comentários:

Enviar um comentário