Paisagem
O vale recortado de sons inebriantes
confunde os sentidos
desfigura o rosto melancólico
na encosta basáltica.
E o bailinho verde
tão da cor do meu sangue
fervilha nas veias em alto mar.
Num rosto geométrico
o desfiladeiro uniforme
recalca o desejo
de semear novas palavras
num campo cultivado de trigo.
A terra lavada
sobre os socalcos traça
a limpidez do orvalho
na ilha descoberta.
Uma folhagem caduca
sibila o eco enternecido
ao raiar do dia
e eu deixo-me levar pela contemplação da natureza
no corpo que se faz terra
cuja vegetação exuberante respira pelos meus poros
personificando o desejo
de ser alma na terra salgada.
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