Se não fosse o vento
Que assobia sem cessar
À volta, sonhos de nada
Prontos a conquistar
Inertes desfaleceriam
Sem gemidos ao entardecer
Quedos e mudos
No patamar do vão da escada.
Se não fosse o sol
Que aquece os braços
indolores
Do fogo da paixão
Rastejaria no ladrilho o brilho
Do perfume em riste.
Se não fosse a estrela cadente
Com a magia do verbo amar
O teu rosto no espelho
Era uma pedra incandescente.