Sem entender nada
faço figas ao esquecimento
quando me lembro das linhas poligonais
num cerco quadrado, amorfo
cujo corpo redobrado, envelhecido
dá azo à imaginação fértil da forma triangular.
Os números são quimeras cruzadas
na sólida argamassa
uma casa de cometas
deslavada pelos corredores estreitos
de ruelas e fontes fronteiriças
resenha histórica de mastros
sem ocupação oficial.
A pele arrepia a marcha
o poema escrito à mão encarece
e as balas que atravessam o peito
amortecem a dor na matéria da estrada.
O gemido acutilante vem de fora
o amor está dentro
a prosa no texto emerge e explode
no mergulho do mar o poema inventa
o toque da alvorada sorrateira
baloiça no avião a jato
o bater do pé enérgico soa
com o rufar dos tambores
a tribo traz à mente o esforço do guerreiro.
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