sábado, 14 de dezembro de 2019

Não sei ao certo


Não saberei dizer
até quando a corda enrola
na possibilidade sequer dos dias
em que os uivos do lobisomem
humedeceram o horizonte pendular.
Amanhã será passado
numa manhã incerta
em que o presente esmorece o véu cristalino.
As saudades percorrem veias debaixo da pele
agarradas ao incerto da certeza
de estar em algum lugar
com sabor e saber dos dias em agonia
arrebitando o amanhecer
enquanto o pássaro viajante
lança uma piscadela
aos homens que varrem a rua.

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