são o frenesim inútil
de um deus que guardo em segredo.
Uma vontade preguiçosa
de recolher a casa no alto da colina
cujos passos alheios ao querer
norteiam um ciclo de emoções
sem demora
e sussurram um turbilhão de vozes.
Na vidraça, em frente ao jardim azul
revejo a moradia mais bonita da praça.
Que noite tranquila!
Segura o degrau da escada
firme nos tentáculos
dispostos no telhado num vestido de cetim.
Acendo a cigarrilha
e ponho-me a pensar
no que a vida dá e tira

que leva e traz a sabedoria salgada
de um porto a outro
sem sair do cais de embarque.
Imagino o limo entrecortado do vale
e sou como toda a gente
de carne, matéria e osso...
Quando me sinto volátil
sento-me na raíz da albergaria
naquela janela indiscreta
que dá passagem p'ro mundo
e evado-me no deserto.
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