terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Reflexão

Quando os sons poéticos surgem na montanha
o eco da calçada geme
e os Homens em frenesim
sopram as velas da vã glória.

Eles não sabem nem sonham
que a imperfeição do mundo perfeito
sob a caneta desliza a grandiosidade do traço
e se multiplica em mil gomos suculentos
à porta da casa abastada.
Se os sonhos da miséria humana
fluíssem em oceanos de amor
transformá-los-ia em serpentes
moldadas nos círculos garridos
das sereias encantadas.
A lápide habita longe
naquela imagem lúgubre cinzenta
e o voo rasante rasteja
na faísca dos olhos semicerrados da víbora.

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