Deixa os grãos de areia
prolongarem nos dedos finos
um cântico leve da ave
Deixa respirar
o agudo vibrato das cordas
amadurecidas no outono
dos dias pachorrentos
Deixa o sabor acre
nos cabelos finos
nas marés de espuma
rodeados de maresia
Deixa cair o rosto brando
na leveza dos dias solarengos
transfiguradas pelas emoções
citadinas ao virar da esquina
Deixa que o sopro breve
assuma o dito pelo não dito
e façamos uma festa branca.
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