no campo à
beira-mar
um hotel à
deriva
rasga as
pedras da lua
num louco
frenesim.
o arrepio
salgado
salpica nas
ténues veias
personagens indistintas
no cérebro
aquecido
pela voz
insistente da vida insolente
que bate nos
grãos de areia
em silêncio
mordaz.
a leveza dos
dias
apressa-se
sem querer saber do feltro rasante
do verde que
afaga e geme
o frio de
inverno no cais da eternidade.
a composição
indelével dos gestos
perfuram a
consistência da vida
na atracão
misteriosa de gotículas
Ácidas
penetrantes no solo húmido
em
competições angulares.
A mestria
inocente de roupa lavada
Refresca o
torpor do perfume
Enquanto o
som distante
Transfere
para a subtileza do violino
Os acordes
finais do canto
Prestando
contas ao universo esguio
Por detrás
da cortina esquálida e fina.