quarta-feira, 18 de setembro de 2019

No campo à beira-mar


no campo à beira-mar
um hotel à deriva
rasga as pedras da lua
num louco frenesim.
o arrepio salgado
salpica nas ténues veias
 personagens indistintas
no cérebro aquecido
pela voz insistente da vida insolente
que bate nos grãos de areia
em silêncio mordaz.
a leveza dos dias
apressa-se sem querer saber do feltro rasante
do verde que afaga e geme
o frio de inverno no cais da eternidade.
a composição indelével dos gestos
perfuram a consistência da vida
na atracão misteriosa de gotículas
Ácidas penetrantes no solo húmido
em competições angulares.

A mestria inocente de roupa lavada
Refresca o torpor do perfume
Enquanto o som distante
Transfere para a subtileza do violino
Os acordes finais do canto
Prestando contas ao universo esguio
Por detrás da cortina esquálida e fina.

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